Sem mistérios entre o céu e o mar

Paraíso no Sul da Bahia, Itacaré cresceu, mas continua encantando turistas de todos os perfis com natureza privilegiada: tem praias paradisíacas, cachoeiras, rios e Mata Atlântica

POR KARLA RONDON PRADO

Rio - ‘Aqui é que nem Veneza, só que, no lugar de pontes construídas passando por cima da cabeça, são as pontes naturais do mangue”, compara o gondoleiro, ou melhor, o guia Gil, ao remar pelo Rio das Contas adentro, afastando-se do mar. Uma cena que poderia ser na Itália, mas ganha cores brasileiras no Sul da Bahia. Itacaré, cidade que incorporou mais de 10 mil habitantes nos últimos dez anos, é assim: cresce, mas não perde a ternura. A natureza privilegiada brinda casais em lua de mel, mochileiros e surfistas, oferecendo aos visitantes rio, mar e cachoeira no mesmo lugar.

Foto: Divulgação

O passeio pelo mangue, com céu espelhado na água do rio, é silencioso e conduz a uma cachoeira que fica dentro de uma fazenda, onde pode-se comprar chocolate feito com o cacau de lá. Esse é só um refresco para ‘sair da rotina’ praiana: são pelo menos 15 as praias principais, algumas dentro da cidade e outras mais afastadas; emolduradas por coqueirais ou com costões cobertos de Mata Atlântica. A 65 km de Ilhéus, a cidade conserva o ar de vila de pescador, mas cresceu bastante, tendo mais de cem hotéis e pousadas, casas para alugar e três resorts, entre eles o mais exclusivo deles: o Txai, com bangalôs de frente para o mar de Itacarezinho, uma praiaparadisíaca com 3,5km de areia branca fininha, sombra e água fresca.

Ter paz em Itacaré é fácil. São 40 quilômetros de costa, enseadas desertas. Havaizinho parece um paraíso perdido, com recifes; Engenhoca requer meia hora de caminhada em mata densa e é point de surfe; Jeribucaçu fica depois de se atravessar um manguezal. Essas praias em geral ficam vazias o ano todo e o acesso até elas normalmente é feito por trilhas e em veículos 4x4 das agências de ecoturismo da cidade.

Há também passeios para a Cachoeira do Tijuípe. Próximas à vila e à Praia das Conchas, que foi toda loteada para garantir hospedagem aos turistas que não param de chegar, ficam praias igualmente belas e para as quais é possível ir com uma rápida caminhada. A primeira delas é Resende, que já foi chamada de “praia do topless” e é protegida por parede de coqueiros. Tiririca é o pico de boas ondas e, consequentemente, dos surfistas. Prainha já foi eleita a mais bonita do Brasil: mas hoje o acesso é difícil e não se recomenda pegar a trilha até lá sem guia cadastrado. O pôr do sol pode ser na Praia das Conchas, degustando uma moqueca de camarão com banana da terra e goles de caipirinha. O paraíso existe e está perto.

DICAS

>>Evite ir às praias distantes sem guia e prefira aqueles das agências locais.

>>Fique pelo menos uma semana, para dar tempo de conhecer as praias e fazer os passeios.

>>Leve dinheiro vivo, cheque ou cartão de débito/crédito.

>>Em geral, a chuva cai de julho a setembro. Prefira os outros períodos e evite os feriadões, quando o lugar fica lotado de turistas da região.

>>Leve repelente, short, camiseta e um casaquinho leve para o fim de noite. As sandálias do tipo papete são indicadas para atravessar rios e trilhas.

COMO CHEGAR

>>De avião, vá até Ilhéus. Azul, Trip, Gol, Tam e Avianca voam para Ilhéus, saindo do Rio. Alguns voos fazem conexões em Salvador e Belo Horizonte. 

A rodovia até Itacaré é bem conservada e o trajeto pode ser feito em vans credenciadas ou de ônibus. Combine antes para ter alguém te esperando no aeroporto de Ilhéus. Para voltar, pode-se também fazer preços fechados com táxis locais.